A creatina, tradicionalmente utilizada por atletas e praticantes de atividade física, tem se destacado nas últimas décadas como uma intervenção promissora para a saúde de pessoas idosas. Evidências científicas crescentes demonstram seus efeitos positivos na manutenção da massa muscular, na funcionalidade, na cognição e na recuperação funcional em contextos clínicos. Este artigo tem como objetivo apresentar os principais benefícios da creatina na terceira idade, com base em dados atualizados da literatura científica.
O processo natural do envelhecimento está associado a alterações fisiológicas significativas, entre elas a sarcopenia (perda progressiva de massa e força muscular), que compromete a independência funcional e aumenta o risco de quedas, fraturas e hospitalizações. Paralelamente, o envelhecimento também afeta a função cognitiva, a densidade óssea e a capacidade de recuperação após doenças ou internações prolongadas.
Diante desses desafios, a creatina vem sendo estudada como uma intervenção nutricional eficaz, com bons índices de segurança quando prescrita de forma adequada, e com efeitos positivos amplamente documentados.
Mecanismo de Ação da Creatina
A creatina é um composto nitrogenado naturalmente produzido pelo organismo e obtido também por meio da dieta, principalmente em alimentos de origem animal. No organismo, é armazenada majoritariamente no músculo esquelético, onde atua como substrato para a ressíntese rápida de ATP (adenosina trifosfato), a principal moeda energética celular.
Em pessoas idosas, a suplementação de creatina tem sido associada a maior disponibilidade energética muscular e cerebral, favorecendo melhora na contração muscular, resposta ao exercício, e possivelmente benefícios neuroprotetores.
Quatro principais usos da creatina na terceira idade:
Segurança e Considerações Clínicas
A creatina é considerada segura para a maioria dos indivíduos, inclusive idosos, desde que seu uso seja acompanhado por profissionais qualificados. A função renal deve ser avaliada previamente e monitorada, principalmente em pessoas com histórico de insuficiência renal ou uso de medicações nefrotóxicas.
As doses geralmente estudadas variam entre 3 a 5g/dia, sem necessidade de fase de saturação em indivíduos mais velhos. A personalização do cuidado é essencial para garantir resultados positivos e seguros.
Conclusão
A suplementação de creatina representa uma estratégia segura e eficaz no cuidado integral da pessoa idosa, contribuindo para a manutenção da autonomia, prevenção de quedas, melhora cognitiva e suporte à reabilitação. Em um cenário de envelhecimento populacional acelerado, intervenções como essa tornam-se cada vez mais relevantes dentro dos planos de cuidado individualizado, como os que desenvolvemos na Vital Senior.